terça-feira, 15 de novembro de 2011

UMA PALAVRA APENAS - Marcos Souza Lima


Confesso que todas as vezes que deixo a minha atribulada vida na cidade grande, decidido descansar alguns dias em Dionisio, sinto-me novamente criança. Rodando o carro na estrada ao lado de minha mulher Maria das Graças – professora e filha da terra, - vou recordando passagens de minha vida. Não tenho acanhamento de dizer que acho ter sido cumprida a tradição definida nos traços primitivos da fundação de Dionísio, nascida de um caso de amor.

A simpatia que o município de Dionísio desperta naqueles que não tiveram a sorte de nascer alí, é uma verdadeira atração magnética.

Plantada numa enorme várzea fértil, onde até o arroz é cultivado com sucesso pelos técnicos do Provárzea, da Emater, o coração da gente bate mais acelerado quando entramos nos limites que marcam a localização de Dionísio, dentro do Vale do Aço.

A capelinha antiga guarda ainda confissões jamais reveladas e que foram sussuradas ao confissionário, para a seguida comunhão e tantos casamentos repletos de poesia e simplicidade, das noivas tímidas, das tardes de festa, com fartura e muita música.

Na casa de D. Niquinha e “Seu” Luiz Pimenta “amarrei”o meu peito e furtei-lhe a filha, como se tivesse repetindo o romance do soldado Dionísio ao sair de Ouro Preto para formar o primeiro núcleo que deu hitóricamente o nome da cidade, lá pelos idos de 1854.

É só aparecer uma folga, lá vou eu para Dionísio. Vou matar as saudades do frango ao molho pardo, do queijo feito em casa pela minha sogra amiga. No quintal, passeando a preguiça da mesa farta, espanto o sono nas brincadeiras do sobrinho Antonio Henrique. Depois, no calanto das brisas vesperais tão doces, cheia  de canto de pássaros, o papo animado com o “Seu” Luiz, que gosta e sabe discursar política.

Terra de moças bonitas, de muitas professoras, toda repleta de jovens e crianças, Dionísio dá a impressão de estar nascendo de novo a cada dia. Não tem ninguém mais feliz que o meu amigo pessoal, prefeito Waldemar Placedino Martins. Com ele, percorro a cidade, os lugares que já vi, mas gosto de lembrar de novo.

Marcos Souza Lima
Fevereiro 1982
Jornalista de Belo Horizonte.



Fotos:  Maria Pimenta, esposa de Marcos , Luiz Pimenta e D.Niquinha.

Um comentário:

  1. Lembro bem da Maria, linda e do seu Marido o Marcos e também do Marquinhos(que agora não deve ser tão inho mais..quanto tempo!).Gente muito educada e amável.Seu Luis, quantos casos já me contou..D. Niquinha , eterna companheira de grupo de oração da minha mãe(Margarida de Miguel).Oh Dioníso, como és querida! Como é bom ser dessa terra!

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