sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Pe. LEVY DE VASCONCELOS BARROS


JUBILEU SACERDOTAL DE OURO DO PADRE LEVY

Jornal Lar Católico – 07-08-1977

Rio Piracicaba, no dia 10 de agosto, celebrará o jubileu de ouro de ordenação sacerdotal do seu querido pároco, Padre Dr. Levy de Vasconcellos Barros. Foram cinquenta anos de fecundo sacerdócio cinquenta anos de profunda amizade ao nosso jornal, LAR CATÓLICO. A fim de conhecermos a sua vida laboriosa, aqui vão algumas achegas.



DADOS BIOGRÁFICOS

Padre Levy de Vasconcellos Barros nasceu na fazenda do Mata Cavalo em Rio Piracicaba aos 31 de dezembro de 1900. Ele é o vigésimo filho de Jerônimo Américo de Azevedo Barros e Mariana de Vasconcellos Barros, ambos já falecidos.

Desde o nascimento, Pe. Levy foi muito doente, franzino, passou a sua infância feliz, graças aos grandes cuidados da sua Mãe.

Sua meninice transcorreu de um modo normal, vindo a estudar com mais idade, devido à sua fraqueza física. Nos estudos, sempre foi o primeiro da classe e nos indispensáveis atos de piedade.

Fez o seu curso primário na Escola primária do Professor José Martins Quintão em sua terra natal e depois 02 anos no Colégio em Três Ilhas perto de Juiz de Fora, em seguida cursou o Seminário Menor e o Maior em Mariana, no tempo do saudoso D. Silvério Gomes Pimenta.

Os tempos foram passando e o Pe. Levy sempre doente, com grande regime alimentar quase sucumbia com os rigores do Seminário, mas sempre com o ideal em mente de ser Sacerdote.

Ainda bem criança, ajudou os Missionários que aqui estiveram em Missão como acólito, e, em menos de uma semana aprendeu a dialogar com o latim das respostas da Santa Missa. Nesta época ele fez a sua primeira comunhão.

Sua adesão ao serviço da Igreja foi feita desde o seu nascimento, no seu lar. Bem pequenininho começou a gostar da História Sagrada, que aprendeu com a sua querida Mãe, que era apaixonada pelos livros sagrados.

Logo nos primeiros anos de Seminário, perdeu o seu querido Pai, que o fez sofrer muito, porque com o rigor dos tempos antigos não assistiu os seus últimos momentos.
Desde o limiar da última etapa dos seus estudos, a expectativa do Sacerdócio passou a ser uma realidade constante na sua vida, figurando-lhe como uma feliz recompensa a ele, que tudo tinha deixado para seguir as pegadas do Cristo.

No dia 10 de agosto de 1927, o Sr. Arcebispo D. Helvécio Gomes de Oliveira na Capela do Seminário Maior conferia a ordenação sacerdotal ao Diácono Levy de Vasconcellos Barros. A sua ordenação foi antecipada quatro meses antes do fim do ano, porque teria que continuar os seus estudos em Roma, no Colégio Pio Latino--Americano ele e seu colega de turma, Pe. Rafael Coelho já falecido. Terminada a cerimônia da ordenação, veio contar a sua 1a Missa nova, em sua terra natal, onde foi recebido com muitas festas pelo antigo vigário, o nosso saudoso Pe.  Manoel Pinto Coelho e pelo povo, distribuindo lembranças da ordenação.

Em Roma, fez um curso brilhante de Direito Canônico, Teologia. Filosofia e etc. de 03 anos; porém, para ganhar tempo, estudou demais, conseguindo fazer o curso em dois anos e meio, por causa da sua Mãe idosa.

Aproveitou bastante das belas excursões em alguns países da Europa, aumentando mais o seu cabedal de conhecimentos.

Na sua viagem por mar, durante vários dias, passou muito mal; depois conseguiu até celebrar no navio.

Ao regressar, passou pela cidade de Mariana, em obediência ao Sr. Arcebispo, em seguida, veio para a sua terra natal. A família foi avisada, para mandar condução; dois animais de sela, um para ele e o outro para o carregador de malas.

Deixou a noite cair, sobre a cidade de Rio Piracicaba, e, passando pela rua de Cima, atrás da Igreja, como um desconhecido entrou na Igreja e aí caiu de joelhos diante do Santíssimo Sacramento, depositando as suas lágrimas, as suas preces de gratidão, por tantas graças alcançadas e por ter encontrado a sua Mãe viva.

Depois deste colóquio de amor, veio se encontrar com a sua velha Mãe, quase octogenária e seus familiares.

Sua primeira colocação foi como professor de Direito Canônico no Seminário Maior e outras disciplinas no Seminário Menor e no Ginásio Arquidiocesano em Mariana, durante 08 (oito) anos, passando sempre as férias com a sua Mãe.

Durante as férias, exercia com mais piedade as funções do seu sacerdócio na cidade e nas capelas filiais.

A velhice de D. Mariana aumentava e o Pe. Levy desejava morar com ela no declínio de sua vida, já que não pôde passar com o seu querido Pai.

Pediu permissão ao Sr. Arcebispo para deixar o Seminário e tomar alguma paróquia, porém, perto da sua Mãe. Veio então, para Santa Bárbara como vigário, ficando dois anos.
Depois pediu para permutar com o seu colega Pe. José de Freitas, que era vigário desta Paróquia. Isto foi em maio de 1941. Quando foi em 10 de novembro de 1942, sua Mãe morre e o Pe. Levy continuou aqui como vigário, tomando conta da Sede, e ainda João Monlevade, Carneirinhos, Jacuí, Bicas, Ponte Nova, Santa Rita, Tomé, Gomes de Melo, Zamparina, Caxambu, Sete Moinhos, Barroso, Jorge. Quaresma, Turvo. Morro Agudo e Carvalho.

Em 1944, a paróquia perdeu as Capelas de João Monlevade. Carneirinhos e Jacuí e mais tarde adquiriu mais três Capelas, Samitri, Fundão e Bairro de Fátima.

De 1941 a 1946 o Pe. Levy fez a atual Igreja Matriz de São Miguel e ainda várias Capelas, que também precisavam de reparos como: Caxambu, Bicas. Gomes de Melo.

Adoeceu gravemente e ficou internado no Hospital em João Monlevade, e depois foi para o Hospital de Cel. Fabriciano. Saiu da Paróquia ficando como Capelão das Irmãs das Dores em Itabira dois anos.

Quando foi ao ano de 1950, ano do dogma da Assunção, Pe. Levy volta novamente como vigário.

Fez a atual Casa Paroquial, o primeiro pavimento do salão paroquial e completou outras igrejas de várias capelas, que tinha iniciado, antes da sua enfermidade como: Igreja do Rosário, do Bom Jesus. Capela do Jorge; o Asilo Padre Pinto, destinado para os pobres velhos, onde dedica todo o seu amor e carinho.

Todo o percurso do atendimento às Capelas filiais era feito no lombo de animal, porque não tínhamos estradas de rodagem.

De 1960 para cá, a cidade teve maior progresso, passou ao atendimento de carro e o transporte o que se tornou menos exaustivo.

Na fundação do Ginásio Piracicabense, do Professor Humberto Rosas, em 1950, o Pe. Levy foi professor de Latim durante 05 anos.

Um dos aspectos da personalidade do Pe. Levy é a sua grande dedicação ao confessionário, onda passa horas a fio, nas primeiras sextas-feiras, desobriga pascal, festas e dias comuns, atendendo aos penitentes e dando-lhes o adequado conselho espiritual. Isto demonstra a sua verdadeira vocação sacerdotal.

Pe. Levy muito tem trabalhado em benefício da comunidade de Rio Piracicaba, lutando para o seu progresso junto às esferas competentes, durante longos anos, desde quando assumiu a paróquia.


NOSSA MENSAGEM

Padre Levy sempre foi grande admirador do nosso jornal. Ele acolhe sempre os nossos irmãos representantes, em especial o Irmão Joaquim Grigarczik. Uma acolhida fraternal, repleta de carinho.

Aos nossos leitores pedimos que se associem aos paroquianos de Rio Piracicaba e rezem pelo jubilar. A sua vida, autenticamente sacerdotal, os seus trabalhos de promoção humana e sua dedicação merecem o nosso reconhecimento.

Ao Padre Levy, por ocasião de seu jubileu de ordenação sacerdotal, jubileu de ouro, o LAR CATÓLICO lhe envia os parabéns, pedindo a Deus que o conserve ainda por muitos anos na sua lide apostólica.

Envia os agradecimentos pelo carinhoso acolhimento, hospedando os nossos irmãos viajantes. Essa obra de misericórdia (acolher os peregrinos) é uma das suas características.

Padre Levy, os nossos parabéns e agradecimentos!


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